segunda-feira, 7 de março de 2011

Dá-lhe Falâncio!...


O nosso pequeno país à beira-mar plantado está a mudar e parece um paraiso para os sociologos que se poderão deleitar com estudos de comportamento social a vários níveis.
Ainda há bem pouco tempo não seria imaginável que concorresse a uma eleição um candidato satirico. Manuel João Vieira, muito mais carismático que José Manuel Coelho, tentou mais que uma vez sem sucesso. Este ano, não só o madeirense conseguiu as assinaturas necessárias como
ainda obteve uma votação muito superior ao imaginável.
Agora mais uma situação com o Jel e o Falâncio a vencerem o Festival da Canção da RTP. Depois de, na votação dada por supostos entendidos ter ficado para o meio da tabela, quando acrescida da votação do público, os Homens da Luta passaram para primeiro, conquistando o direito de representar Portugal na Alemanha.
Não pondo em causa a qualidade musical, embora me pareça básica e de baixa qualidade aos meus ouvidos pouco entendidos, já a mensagem, explicita e implicita, é deveras interessante e não se pode deixar de pensar que os portugueses continuam a ser um povo que precisa de quem se manifeste por si pois, ou não tem coragem de sair à rua e dar a cara ou não o pode fazer por várias razões mas que, na sua maioria se prendem com ameaças de despedimento nos seus empregos.
Mas neste caso concreto, com os Homens da Luta, antevê-se que a coisa pode não ficar por aqui e, ao crescer, desencadear um movimento que pode fazer tremer poderes instituidos.
Nuno Duarte é um homem muito inteligente e que, quando sai da sua personagem de Jel sabe o que diz e para onde dirige o seu trabalho, assumindo claramente que o nosso país precisa de quem lute por ideias, de quem lute por sonhos e que não se resigne à sombra de um politicamente correcto que vai deixando as coisas sempre na mesma e ao sabor de quem nos dirige a seu bel-prazer.
Muitas vezes os povos precisam de quem vá à frente para que haja muitos seguidores. A ver vamos quantas pessoas vão este lutadores conseguir que os sigam e até que ponto vão fazer tremer o poder faustamente instalado.

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